Introdução

Por muito tempo, o pensamento lógico da escola ainda se limitava à matemática e à física. Com o desenvolvimento da ciência da computação e a aplicação da tecnologia na educação, novos processos surgiram para melhorar as habilidades de resolução de problemas. Basicamente, o pensamento computacional inclui as capacidades analíticas, inovadoras e estratégicas de usar fundamentos computacionais em diferentes ramos do conhecimento. Desta forma, os alunos podem identificar e solucionar problemas de forma individual ou colaborativa.

Competências relacionadas ao pensamento computacional

O pensamento computacional propõe o desenvolvimento de maneiras novas e criativas de pensar na qual educadores e alunos sejam capazes de identificar problemas e buscar soluções a partir de diferentes competências, que podem ser divididas em 4 grandes grupos: decomposição, abstração, reconhecimento de padrões e pensamento algorítmico.

Decomposição

Geralmente, problemas grandes são apenas diversos problemas pequenos que foram unidos, por isso, a missão da decomposição é justamente decompor esses problemas complexos em partes menores. O processamento de um fragmento do problema por vez ajuda a resolver o problema, para que cada etapa receba mais atenção. A decomposição ajuda a reduzir a ansiedade e o medo diante dos desafios. Enquanto resolvem grandes problemas passo a passo, os alunos podem encontrar respostas para todas as partes do problema com maior confiança e velocidade mais rápida.

Reconhecimento de padrões

Geralmente, quando um problema tem muitas partes menores, você perceberá que essas partes têm algo em comum. Para identificar tendências de comportamento é necessário observar atentamente a questão, reconhecendo padrões e similaridades. Essa competência permite a construção de soluções para problemas comuns de forma inovadora, desenvolvendo o espírito empreendedor nos estudantes.

Abstração

Essa habilidade sugere focar no processo relevante em vez de priorizar detalhes para que a solução possa resolver outros problemas. Após identificar o padrão, você pode “abstrair” (ignorar) os detalhes que fazem a diferença e usar estruturas convencionais para encontrar soluções eficazes para vários problemas.

Pensamento algorítmico

O pensamento algorítmico pode ajudá-lo a definir uma série de etapas ordenadas que podem ser usadas para resolver problemas complexos. Mesmo que o termo “algoritmo” seja mais amplamente utilizado no ambiente computacional, essa ideia corresponde à criação de etapas e soluções para atingir um objetivo específico para qualquer problema, seja ele matemático ou não. O desenvolvimento dessa habilidade entre os alunos pode estimular a criatividade, gerando soluções cada vez mais eficazes.

Habilidades desenvolvidas pelo pensamento computacional

Diversas “skills” são obtidas através do processo do pensamento computacional, essas habilidades refletem diretamente no aprendizado do indivíduo. No caso das crianças, essa metodologia auxilia seu crescimento, melhorando tópicos como o desenvolvimento cognitivo. Confira as competências que podem ser alcançadas durante o processo.

Construção do pensamento lógico

Nas crianças, a construção do pensamento lógico começa a ser criada nas primeiras fases, quando é ensinado para elas que existem padrões que definem determinadas ações. Em seguida, elas conseguem resolver problemas de maneira lógica, com foco em um pensamento racional em que são determinadas as respostas dadas a diferentes estímulos vindos dos seus afazeres do dia a dia.

Alfabetização digital

O pensamento computacional não é restrito apenas a aspectos tecnológicos, mas também se expande para esse campo. Tendo contato desde cedo com  atividades ligadas ao ambiente digital, por exemplo jogos, o indivíduo pode resolver problemas de maneira mais eficiente e estratégica.

Outro ponto é que essa habilidade auxilia na organização do pensamento como um todo, de maneira em que ele se alinhe com as tecnologias existentes ou que ainda vão existir, preparando a criança para conseguir compreender as novidades com facilidade.

Autonomia

Abstração e algoritmos são duas bases do pensamento computacional, as quais abrem espaço para uma tarefa importante que é a autonomia das crianças. Sendo assim, elas acabam deixando de ser apenas consumidoras das tecnologias criadas e produzidas, se tornando também produtoras de recursos digitais, isso as prepara para o mundo em que diferentes tecnologias são inseridas diariamente.

Como a escola pode colaborar com esse processo?

Em muitos países, como Austrália, Espanha, Estados Unidos, Finlândia e Inglaterra, há a tendência de implementar o pensamento computacional na educação básica. Aqui no Brasil, algumas escolas estão alcançando bons resultados com essa prática.

Promover o ensino de programação e robótica

Uma boa maneira de fomentar o pensamento computacional é inserindo o ensino de programação e robótica, preparando assim os alunos para um futuro mercado de trabalho e vida em sociedade.

O estudo de programação e robótica faz parte de um métodos denominados STEAM, que consistem em soluções para o aluno no seu dia a dia, fazendo uso da tecnologia. Como resultado, temos o raciocínio lógico e criatividade estimulados e  desenvolvidos, assim como autonomia e trabalho em equipe evoluídos.

Auxiliar no letramento digital dos alunos

O processo de letramento dos alunos pode ser muito bem estimulado por meio da abstração e reconhecimento de padrões adquiridos por meio do pensamento algorítmico, uma vez que a tecnologia se encontra cada vez mais presente na rotina das crianças e jovens.

É importante sempre ter em mente que para lidar com linguagens e tecnologia relacionados, é de bom considerar que deve haver a priori o desenvolvimento da educação digital no time docente, além de uma boa capacitação aos profissionais e alunos.

Utilizar metodologias de ensino inovadoras

Os benefícios trazidos por meio do entendimento do pensamento computacional não se limitam apenas ao meio das ciências exatas, mas sim em um escopo de mundo, permitindo assim compreender que todas as disciplinas estão interligadas, não apenas entre si, mas também com os estudantes e tudo que os rodeia. Por meio de tais práticas, é possível aos estudantes adquirir habilidades como convívio social, empatia, inteligência, controle emocional e comunicação (extremamente importantes para a formação de um cidadão).

A maneira mais eficiente de obter essa transversalidade curricular é implantando metodologias de ensino inovadoras, possibilitando assim não se prender aos meios clássicos de ensino e, abrindo alas para um pensamento algorítmico anteriormente citado.